quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A música sem dono.

De vez em quando eu fico cantarolando a música que eu fiz pra você. Principalmente no chuveiro. Não parece mais que ela foi feita pra você. Porque ela realmente não foi feita pra você, foi feita para o que eu achava que você era. Daí como eu gostei tanto da letra eu declarei que ela não é mais sua, nem minha, nem de ninguém. Ninguém é do jeito que eu escrevi na música, embora eu achasse cegamente que o mundo fosse capaz de dar lugar a uma pessoa daquelas. É tudo um erro só, sabe? Em várias fases e no efeito dominó. É claro que existem músicas que eu fiz pra você, outras músicas que refletem melhor tudo que você se revelou.  Muito mais fiel a pessoa que você é do que a adorável máscara que você sempre vestiu. Ah, não, você não iria gostar de ler e então, por favor, não invente de entrar no meu quarto e revirar a ultima gaveta do lado esquerdo procurando meu caderninho de capa azul pra abrir exatamente a partir da página 37. Você se surpreenderia verdadeiramente (você é capaz de expressar alguma coisa verdadeiramente?) com os níveis de decepção que você me causou e como eu berrei isso usando minha compactor preta. Essas eu não canto no chuveiro, essas ficam ali, sufocadas. Assim como tudo de bom que eu, involuntariamente, ainda penso de você. Por isso eu prefiro cantar a música positiva, aquela sem dono, seja ela pra quem quer que tenha sido escrita.

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