quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Custo x Benefício

A verdade é que eu precisava de umas técnicas boas pra neutralizar meu amor por você do mesmo jeito que aqueles espiões secretos em Chuck neutralizam seus inimigos com um golpe só. O problema é que esse golpe não existe, pelo menos pra mim. Ou se existir significa sacrificar muito mais coisas das quais eu estou disposto a sacrificar no momento. Custo x benefício. Acho esse um preço caro demais e você não vale a pena, embora eu saiba que nada é caro quando satisfaz nossas necessidades. Uma vez um velho me disse "Bernardo, meu jovem, primeiro leve em conta os custos para só então pensar nos benefícios; se o custo for alto, nem pense nos benefícios. Nesse mundo existem outras situações em que até mesmo sendo de graça já é caro demais." Então pra te esquecer eu teria que  renunciar partes de mim mesmo pra alcançar essa assim-chamada "paz" e renunciar momentos onde eu me senti pleno e amado, mesmo que iludido. Não, na verdade nunca achei de fato que tenha sido ilusão. É lógico que é mais complicado que isso. Seria tão mais fácil ter um golpe. Antes de te acertar te beijaria e te diria aquela mesma frase que eu te disse no dia que tomamos banho de chuva com as roupas do casamento da sua prima. Aquela frase que eu guardo só pra mim. E então, e só então, te daria um golpe certeiro pra te neutralizar e provar que quem manda no meu coração sou eu.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Tira-gosto.

Na frigideira, bolinhos de chuva. Eu que fiz e agora tô fritando com cuidado, pra não deixar queimar. Parei um pouco de pensar na sujeira que eu fiz enquanto preparava a massa e em toda a bagunça na cozinha pra pensar um pouquinho em você. Pois é, lembrei de você. Eu lembro de você o tempo todo, seja fazendo bolinhos de chuva, seja cantando no chuveiro ou atendendo clientes mau humorados no escritório. Lembro de você quando vou ao supermercado e vejo aquela garrafa com líquido azul na sessão de bebidas. Ou quando peço batata-frita sem maionese. Quando eu vejo aquele seriado da Miley Cyrus que você, sabe lá Deus como, adorava e quando eu tô no shopping e passo por aquelas máquinas de brindes automáticos. Foram muitas moedas naquele dia. Acho que coloquei óleo demais nessa frigideira e os bolinhos de chuva estão ficando encharcados e muito muito muito gordurosos. Deu errado. Ou talvez o problema não seja o óleo, seja o tempo de fritura. Esse óleo aqui é a medida certa. Os bolinhas mergulham e fritam, nadando, nadando, nadando. Eu poderia fritar seu coração assim. Aham, eu poderia. Ele daria os últimos espasmos assim que eu o afogasse no óleo quente e o pressionasse com a escumadeira lá no fundo da panela. Depois ele daria cambalhotas no óleo enquanto eu cantava Fake Plastic Trees do Radiohead. And it wears me out, it wears me out, it wears me out...Não, eu não o comeria. Não gosto de carne vermelha, quanto mais do seu coração. Eu odeio seu coração. Eu o deixaria fritar até queimar (não só ficar engordurado e encharcado, até queimar). Nadando, nadando, nadando no óleo quente. Deu errado.

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