quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Com um pé em dois mil e doze.


Tá fazendo aniversário já. Daqui a pouco faz dez anos e a gente nem vê, né? Não foi planejado, nem por você e muito menos por mim. Alias, pra mim foi uma surpresa terrível. O fato é que você sempre se adaptou melhor a essas variações de vida e morte. Lógico que você já não tá mais nem aí e lógico que eu ainda estou chateado. Deu trabalho, sabe? Queimei um montão de coisas e fiz uma faxina completa (inclui todas aquelas caixas debaixo da cama). Passei horas secando o chão do quarto com um paninho que absorvia cada lágrima   com a mesma indiferença que você as deixou cair. Nisso, eu fiquei jurando que nunca mais pensaria em você, mas olha eu aqui: Com um pé em dois mil e doze e ainda dormindo com a tartaruga que você me deu naquela viagem pro interior. Vamos ser francos, a tartaruga é feia. Mesmo assim eu gosto dela e eu quase gosto de você. Talvez, só talvez, um dia a gente se reencontre num vagão de metrô qualquer , divida alguns guarda-chuvinhas de chocolate ou quem sabe um tic-tac e fazemos o trajeto analisando o passado e planejando o  nosso futuro. Eu poderia nem mais lembrar da sua voz se não fosse as gravações que eu tenho das suas ligações no meu celular.  

Falando nisso, eu ainda tenho o ultimo sms seu. Mas deixa pra lá, é por pouco tempo. O celular tá quase pifando só pra acompanhar meu coração e eu vou perder todos os arquivos com a mesma velocidade que eu te perdi. Que você me perdeu. Que nos perdemos um do outro.

Já faz onze meses. Tá fazendo aniversário já. Daqui a pouco faz dez anos e a gente nem vê, né? Sabe, eu tava aqui pensando... você tava usando a minha camiseta verde quando eu te vi pela ultima vez. E eu fiquei com o moletom do seu irmão. Essa pode ser uma ótima desculpa pra gente combinar de se encontrar no dia seguinte. No mesmo horário, no mesmo vagão, na mesma estação. Pra devolvermos as roupas (e o nosso amor).

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